Nos dias que antecedem uma balada especial, nós amigas, normalmente ficamos divididas entre dois pensamentos: quem queremos encontrar por lá e a roupa que queremos vestir. E a produção é muito mais legal quando todas estamos reunidas.
Quando não temos um look legal, na maioria das vezes, corremos para o shopping para comprar pelo menos um assessório diferente. E se a grana estiver curta, a maioria apela para o limite do cartão de crédito. Em caso de emergência, o guarda-roupa da outra pode ser uma solução interessante.
Adoramos arrasar numa calça nova, daquelas bem justinhas e que custam os olhos da cara. Na dúvida, também sabemos que o pretinho básico funciona. E como. Quando aliado a um scarpin (é assim que se escreve?) então… Funciona que é uma beleza.
E nessa reunião do Clube da Luluzinha é aquela falação. Mulher reunida realmente fala muito. Conversamos todas ao mesmo tempo e mesmo assim conseguimos nos entender. E nosso assunto preferido é falar dos homens cafagestes. Os casos mal resolvidos a gente enterra. É assunto estritamente proibido. Aprendemos desde cedo que “galheira”, definitivamente, não combina com o clima pré-balada. É muito mais interessante falar sobre os futuros pretendentes.
A produção começa com as unhas. Cores fortes. Particularmente prefiro o “gabriela/rebu” ou o “dara/café” mas tem quem goste do estilo francesinha. Tem o cabelo também, pode começar com uma escova, evoluir para um baby liss, mas costuma acabar na popular chapinha mesmo. O importante é deixar sempre solto.
A última etapa é a preferida de dez entre dez divas: maquiagem. É um troca-troca de sombra pra cá, de gloss pra lá. É uma pedindo pra ajudar com o delineador aqui, a outra querendo opinião sobre qual batom usar, ali. A disputa maior é por um espacinho em frente ao espelho, tão concorrido quanto vestibular pra medicina.
No final tudo vira bagunça. Há roupa espalhada pelo quarto inteiro. Todos os sapatos, botas e sandálias estão fora das caixas. As gavetas dos armários estão escancaradas. A música alta já invadiu todos os cômodos da casa/apartamento. Quando rola esquenta em casa então… A cozinha fica daquele jeito.O liquidificador com vestígios de batida, latas de leite condensado abertas sobre a pia, garrafa de vodka e copos na mesa. Mas deixa pra lá, no outro dia a gente dá jeito no estrago.
Quando não tem esquenta em casa, no caminho o carro pára no posto. A procura maior ainda é por Smirnoff Ice, já foi o tempo do Martine Rose. O som do carro toca pagode. E a gente segue cantando pelo caminho: “A mulherada dominou geral oôoô… Rapaziada tá passando mal aáaá… Não adianta querer reprimir oôoô… A mulherada é que manda aqui…”.
Duro é estacionar. Parece levar horas para surgir uma vaga livre. Antes da descida triunfal, retocar o batom e escovar o cabelo é básico. E se está frio, sempre surge a dúvida de levar ou não casaco. Mas no final o agasalho sempre acaba ficando no carro. Diva que é diva não sente frio.
E lá vamos nós. Lindas, simpáticas, livres e desempedidas para curtir mais uma balada. E por lá, só Deus sabe o que pode acontecer. Isso é assunto para o remember do dia seguinte.